Bem Vindo!

Neste blog você encontrará material resumido sobre a história do cristianismo. Há muita informação.
Mas nosso maior desejo é que este material lhe traga sede por um conhecimento aprofundado da Palavra de Deus, pois ela é poderosa para nos salvar e transformar.
Utilize o índice abaixo para fazer pesquisas por século.
Também te sugiro outros textos de reflexão e analise de temas de nosso dia-a-dia que estão listado logo abaixo.

Professor Dionísio Hatzenberger
Whatsapp 51 9260 0200
Facebook.com/Jovens de Fé NH

HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO XVI - A REFORMA PROTESTANTE

1517 – INICIA A REFORMA PROTESTANTE
O tema central da Reforma é a convicção de que o ser humano não pode nem tem necessidade de salvar-se por si mesmo. Antes, a salvação é dada em Cristo "unicamente pela graça" e aceita "somente pela fé". A redescoberta desse pensamento, biblicamente fundamentado, originou uma nova compreensão de todos os aspectos da vida cristã: da Igreja, do sacerdócio, dos sacramentos, da espiritualidade, da devoção, da conduta moral (ética), do mundo, incluindo aí a economia, a educação e a política. A ruptura gerada por esta redescoberta é o que chamamos de Reforma. Para entendermos a Reforma devemos conhecer melhor Martinho Lutero.

1483 – 1546 – MARTINHO LUTERO
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Alemanha. Na sua fase estudantil, foi enviado às escolas de latim de Magdeburg (1497) e Eisenach(1498-1501). Ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes (1502) e de mestre em artes (1505).
Seu pai fora um aldeão bem sucedido e sonhava em ter um filho advogado. Tendo, assim, iniciado seus estudos de direito, abruptamente, os interrompeu entrando no claustro dos eremitas agostinianos em Erfurt. O fato que o levou a isto é bastante estranho e gera controvérsias. A maioria dos historiadores dizem que isto aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quando um companheiro de caminho, ao seu lado, foi atingido por um raio, e ele por um pouco não fora também. Contam que foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Preocupado com a salvação, o jovem Martinho Lutero decidiu tornar-se monge, a contragosto da família. Porém, foi consagrado padre em 1507.
Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava envolvido em conflitos internos pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica e intelectual não forneciam resposta aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações. Durante seus estudos, sempre lhe acompanhava a pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?"
Entre os anos de 1508 e 1512, lecionou filosofia na Universidade de Wurtenberg, onde também ensinava Teologia. Em 1512 formou-se Doutor em Teologia. Fazia também conferências sobre Bíblia, especializando-se em Romanos, Gálatas e Hebreus. Foi durante este período que a teologia do apóstolo Paulo o influenciou, levando-o à percepção claro dos erros que a Igreja Romana cometia, à luz dos documentos fundamentais do cristianismo primitivo: os livros da Bíblia.
Assim, Lutero foi descobrindo ao longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus não era necessário castigar-se ou fazer boas obras compensatórias, mas somente ter fé em Deus. Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos importantes que estavam à margem da vida da igreja já a muito tempo e que naquele momento gerava aberrações teológicas, tais como as indulgências.
Seus estudos paulinos, porém, deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da afirmação "o justo viverá pela fé", de Romanos 1:17. Pois ali ele percebia ele que toda a Lei e o cumprimento das normas monásticas, serviam tão-somente para condenar e humilhar o homem, e que destas coisas não se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma.
Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, passou a ser um pregador muito popular, proclamando os rudimentos desta fé que redescobrira. Além disso, em sua pregação ele opunha-se a venda de indulgências, fortemente comandada por João Tetzel.
Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e em 31 de outubro de 1517, quando afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que as indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório. Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal. Este material resumia a aplicação prática do mais importante de sua (re)descoberta teológica até aquele momento.
Com isto Lutero pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Em pouco tempo toda a Alemanha tomou conhecimento do conteúdo dessas teses e elas espalharam-se também pelo resto da Europa.
Foi João Eck quem denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo fosse condenado e excluído do Igreja Romana. Silvester Mazzolini, que era o padre confessor do papa, concordou com o parecer condenatório de Eck, dando apoio a este contra o monge agostiniano.
Embora estivesse sendo pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para abandonar suas idéias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções. Suas idéias atingiram rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pelo recém inventado sistema de impressão de textos em série (imprensa).
Após isto Lutero escreveu "Resolutiones", em 1518, defendendo seus pontos de vista contra as indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa. Mas a obra não mudou o ponto de vista do papa a respeito dele. Mas muitas pessoas influentes se declararam favoráveis as opiniões de Martinho Lutero. Num debate teológico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido ao defender suas idéias.
Lutero foi convocado a comparecer a Roma, onde seria julgado como herege. Porém ele apelou para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu julgamento foi realizado em território alemão em outubro de 1518, perante o Cardeal Cajetano. Diante deles Lutero recusou se retratar de suas idéias, tendo rejeitado a autoridade papal, abandonando assim a Igreja Romana. Sua saída da Igreja ficou confirmada num debate em com João Eck, em julho de 1519. A partir de então Lutero declara que a Igreja Romana necessita de Reforma, e publica vários escritos, dentre eles a "Carta Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã Sobre a Reforma do Estado Cristão".
Assim, Lutero procurou o apoio de autoridades civis e começou a ensinar o sacerdócio universal dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e os homens, e a autoridade exclusiva das Escrituras, em oposição à autoridade de papas e concílios. Na obra "Sobre o Cativeiro Babilônico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo da Igreja. Dizia que pelas Escrituras só podem ser distinguidos dois sacramentos o batismo e a Ceia do Senhor. Opunha-se à alegada repetida morte sacrificial de Cristo, que ocorreria a cada missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade Cristã", ele apresentou um estudo sobre a ética cristã baseada no amor.
Em julho de 1520, a Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine, que ameaçava Lutero de ser excomungado, a menos que se retratasse publicamente. Lutero queimou a bula em praça pública. Em resposta a isto, Carlos V, Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os livros de Lutero em praça pública.
Lutero se fez presente na Dieta de Worms, em abril de 1521. Recusando retratar-se, disse que a sua consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria correta. Dizem alguns historiadores que ele concluiu sua defesa com as palavras: "Aqui estou; não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Como resposta, 25 de maio de 1521, formalizou-se a excomunhão de Martinho Lutero, e a Reforma também foi condenada.

A Reforma, porém, espalhou-se pela Europa. Em 1530 os líderes protestantes escreveram a "Confissão deAugsburgo", resumindo os elementos doutrinários fundamentais do movimento. Por medidas de precaução, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o Sábio, cerca de 10 meses, neste período deixou a barba e os cabelos crescerem e era chamado de Cavalheiro Jorge. Foi neste período que conseguiu tempo de trabalhar na tradução do Novo Testamento para a língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros amigos, a Bíblia toda foi traduzida, e, então, foi publicada em 1532. Essa tradução tornou-se tão importante ao ponto de unificar os vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.
Outro fato digno de nota foi o casamento de Lutero, com Catarina von Bora, filha de família nobre e ex-freira, que havia aderido à Reforma junto de outras colegas de clausura que fugiram do convento. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infância. Adotou outros filhos. Este fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
Em 1546, aos 62 anos de idade, Martinho Lutero faleceu. Porém, só em 1555, o Imperador reconheceu que haviam duas diferentes confissões na Alemanha: a Católica e a Luterana.
Alguns dos pontos mais importantes defendidos por Lutero:
1. Nem o papa nem o padre, tem o poder de remover os castigos temporais de um pecador.
2. A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências.
3. Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão da culpa e do castigo, o que depende única e exclusivamente de Cristo.
4. Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo.
5. Não há autoridade especial no papa.
6. As decisões dos concílios não são infalíveis.
7. A Bíblia é a única autoridade de fé e prática para o cristão.
8. A justificação é somente pela fé.
9. A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio humano.
10. Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento da transubstanciação.
11. Há apenas dois sacramentos : o batismo e a ceia do Senhor.
12. Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens nas Igrejas, às doutrinas da missa e das penitências e ao uso de relíquias.
13. Contrário ao celibato clerical.
14. Defendia a separação entre igreja e estado.
15. Ensinava a total depravação da natureza humana.
16. Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada.
17. Defendia a educação dos fiéis em escolas paroquianas.
18. Repudiava a hierarquia eclesiástica.

1484-1531 - HULDRYCH ZWINGLI O REFORMADOR SUIÇO
Zuingli nasceu em Wildhaus, onde era o filho do prefeito da cidade. Estudou em Basel, Berna, Viena, e depois em Basel de novo, onde se graduou como Bacharel em Artes em 1504 e como Mestre em Arte em 1506. Em Basel, absorveu os ensinos de Thomas Wyttenbach sobre as Escrituras e sobre justificação e também se tornou amigo do humanista Glareanus e de Leo Jud. Foi ordenado em 1506 e trabalhou por dez anos na paróquia de Glarus, onde provou ser um bom pastor e um hábil pregador. Continuou seus estudos humanistas, mantendo a língua grega e tentando aprender sozinho o hebraico. Em 1513 e 1515 serviu ao exército papal como capelão dos mercenários de Glarus. Suas experiências o levaram a se opor ao sistema mercenário; era especialmente contrário ao recrutamento francês. Devido ao tumulto resultante, aceitou um novo posto em Einsiedeln em 1516.
Zuinglio permanceu estudando o Novo Testamentos, principalmente sobre influência de Erasmo. Em primeiro de janeiro de 1919, quando tornou-se pastor da maior paróquia de Zurique, anunciou que não seguiria os textos previstos no lecionário e que pregaria sobre o Evangelho de Matheus. Isso foi visto pela Igreja como um ato de desobediência, mas devido ao início da propagação da Peste, a confusão foi acalmada. Um terço da população de Zurique foi morta por esta peste, e no final Zuinglio foi contraiu a doença, levando três meses para recuperar-se, fato que lhe fez experimentar uma relação de dependência para com Deus. Isso mudaria definitivamente sua vida.
Depois disso, Zuinglio continuou a pregar o que encontrava na Bíblia, apesar disso contradizer aquilo que os rituais oficiais da Igreja diziam. Em 1522 muitos párocos de Zuinglio, amparado pelas Escrituras desafiaram as regras da Igreja comendo carne durante a quaresma, Zuinglio os apoiou.
Após muitas discussões sobre o controverso pregador, em 1523 o conselho da cidade de Zurique realizou um debate público sobre assuntos de fé e por fim as idéias de Zuinglio saíram vitoriosas. Por fim o conselho emitiu um decreto permitindo a continuidade da pregação de Zuinglio.
Dentro de dois anos muitas mudanças na Igreja de Zuinglio já eram vizualizadas: as Imagens foram retiras, sacerdotes e freiras foram autorizados a casarem-se e a missa foi substituída por um culto com ênfase quase total na Palavra.
Zuinglio estava realizando a reforma na Suíça, porém muitas foram as oposições encontrada, não só por parte da Igreja Católica, mas também de grupos reformadores mais radicais que queriam mudanças mais rápidas. Numa tentativa de tornar a reforma coesa, em 1529 foram reunidos Zuinglio e Lutero em Marburgo. Das quinze questões discutidas, ambos concordaram em quatorze. O dilema ficou na questão da eucaristia, onde Lutero a via como o recebimento concreto do corpo de Cristo, enquanto Zuinglio com um recebimento espiritual.
Por fim, o movimento de Zuinglio espalhou-se por uma maior parte da Suíças, também pela Alemanha e chegou a Genebra de língua francesa. Porém grande porção rural ainda era dominada pela Igreja Católica. Devido esta batalha por territórios de influência, iniciaram-se batalhas entre as tropas católicas e as de Zurique. Zuinglio somou-se a estas batalhas como soldado e acabou morrendo em 1531 esquartejado na Batalha de Kappel. As batalhas permaneceram por pois cem anos.

1534 – INGLATERRA EMANCIPA-SE DA IGREJA CATÓLICA
No caso da Inglaterra a reforma não foi realizada pelo anseio de algum pregador que queria fazer a Igreja retornar aos ensinamentos bíblicos. Lá, apesar de haverem pessoas interessadas numa mudança profunda na Igreja, esta ruptura para com Roma ocorreu por parte do rei Henrique VIII. Ele não era nada reformador para com os dogmas da Igreja, pelo contrário em 1521 atacou as idéias de Lutero e por isso recebeu um título de honra da Igreja Católica.
Porém, depois da morte de seu irmão Henrique casou-se com a cunhada Cararina de Aragão. Ela porém era estéril e isso atrapalhava o rei nos seu intento de manter sua geração no trono. Por isso foi atraído por Ana Bolena e procurou se livrar da esposa estéril.
Assim, Henrique escreveu uma carta ao papa solicitando autorização para separar-se, citando Levítico 20.21, ele afirmava ter errado ao casar-se com a mulher de seu irmão mais velho. O papa não lhe autorizou devido ao medo que tinha do sobrinho de Catarina, que agora era imperador do Sacro Império Romano.
Em 1533 Henrique substituiu o arcebispo da Cantuária e este novo lhe autorizou a separação. No mesmo ano casou-se com Ana, e ainda neste ano nasceu-lhe a filha Elisabete.
Em 1534 o parlamento Inglês promulgou o Ato de Supremacia, declarando que o Rei era o chefe supremo da Igreja na Inglaterra. Essa mudança simplesmente transformava a Igreja Inglesa em um órgão do estado. Não houveram mudanças teológicas ou nos sacramentos. Porém Henrique acabou com os mosteiros, vendeu as terras e pegou o dinheiro para o tesouro real.


1509 –1564 – JOÃO CALVINO - LÍDER FRANCÊS DA REFORMA
Calvin é chamado de "o organizador do Protestantismo" porque em seu trabalho pastoral de organizar igrejas evangélicas em Estrasburgo e Geneva, desenvolveu um novo modelo de igreja.
Calvino nasceu no noroeste da França, sendo 25 anos mais jovem que Martinho Lutero. Seu nome real era Jean Cauvin, o qual mudou para "Calvin" anos mais tarde. Sendo estudioso, adotou a forma latina Calvinus. Sua cidade natal, Noyon, era um importante e antigo centro da Igreja Católica Romana, tanto que um bispo morava lá e a vida da cidade praticamente girava em torno da catedral.
João Calvino era oriundo de uma família de classe média. Gerard, seu pai, depois de servir à Igreja Romana em várias funções, inclusive como escrivão, veio a ser o secretário do próprio bispo. Assim, o jovem Calvino crescia fortemente ligado aos assuntos da igreja.
Afim de capacitar seu filho a alcançar uma posição de importância na Igreja, o pai de Calvino investiu na melhor educação possível, tanto que aos catorze anos de idade Calvino entrou para a Universidade de Paris, que era o centro intelectual da Europa Ocidental. Lá ele freqüentou o Colégio de Mantaigu, a mesma instituição na qual Erasmo estudou uns trinta anos antes. Embora Calvino se dedicasse a uma carreira similar em teologia, por diversos motivos sua formação tomou um rumo inesperado. Primeiro devido ao novo aprendizado do Renascimento, o Humanismo, que estava travando uma bem sucedida batalha contra o escolasticismo, a velha teologia católica da antiga Idade Média. Calvino se deparou com este novo aprendizado através de outros estudantes e foi rapidamente ganho por estas idéias. Em segundo lugar, inciava-se em Paris um forte movimento para reforma da Igreja, liderado por Jacques Lefèvre d Etaples (1455-1536). E Calvino se tornou um amigo íntimo de alguns dos alunos de Lefèvre. O terceiro motivo está ligado ás obras e idéias de Martinho Lutero que estavam circulado em Paris por algum tempo, causando uma agitação moderada; sem dúvida, Calvino se familiarizou com elas durante os anos de estudante.
Por fim, o pai de Calvino teve uma discussão com os oficiais da igreja em Noyon, incluindo o bispo. Em 1528, assim que Calvino obteve o seu grau de mestre de artes, seu pai lhe disse para deixar a teologia e estudar as leis. Sem se opor Calvino se mudou para a escola de leis em Orleans. Ali ele se dedicou ao estudo das leis, sendo elogiado por sua maestria na matéria. Com freqüência, dava aulas pelos professores ausentes.
Depois de três anos de estudo em Orleans, Bourges e Paris, conseguiu o seu doutorado e licença em leis. Durante esse percurso aprendeu grego e mergulhou nos estudos clássicos, que eram de grande interesse dos humanistas contemporâneos. Ligou-se a um grupo de estudantes que discordavam dos ensinos e práticas do Catolicismo Romano.
Em 1531, com a morte do pai de Calvino, ele se viu livre para escolher a carreira que iria prosseguir e não vacilou, optando por teologia. Excitado e desafiado pelo novo aprendizado, mudou para Paris para se dedicar a uma vida e de pastoreio.
Em 1536 ele publicou a primeira versão de “Institutas da Religião Cristã”, um resumo sistemático da teologia da Reforma. Ao ler este material, o reformador de Genebra Guilherme Farel persuadiu Calvino a ir para aquela cidade afim de auxilia0lo na implantação da Reforma naquele lugar. Lá ele pastoreou a Igreja de St. Pierre e pregava em três cultos por dia. Ainda durante sua estada nesta cidade ele produziu panfletos devocionais, doutrinários e resumos comentados da maior parte dos livros da Bíblia, apesar de ter sofrido com diversas doenças, principalmente enxaquecas.
Apesar de Genebra inicialmente oferecer grande oposição as idéias de Calvino, principalmente por este tentar faze-los ter um viver cotidiano condizente com os ensinos de Cristo, rapidamente sua influência se espalhou pelo solo mais fértil: as escolas. De lá saíam muitas lideranças que reproduziam a confissão de fé Calvinista.
O livro de Calvino que gerou impacto na sociedade na qual viveu, bem como na posteridade foi “As Institutas”, na qual trouxe um resumo bem claro e definido das idéias do protestantismo. Esta obra passaria a ter três volumes, sendo que um deles era dedicado ao Credo apostólico e outro à doutrina da predestinação. Este ensinamento não era uma unanimidade de Calvino, mas de todos os protestantes, porém pelo fato de ele dar uma grande ênfase a esta doutrina, ela ficou com o tempo imaginariamente atrelada a este líder.
A teologia de Calvino consiste em uma compreensão de toda a história da relação homem-Deus. Desde a preexistência de Deus, anterior a tudo, que projetou todas as coisas, que criou anjos e foi traído, que criou o universo, transformou a Terra, e criou o Homem. O qual desde a eternidade ele sabia que iria cair em pecado, querendo ser autônomo, dentre os quais desde a eternidade ele predestinou a muitos para viver a eternidade consigo. Por isto do plano de redenção e da entrega de seu Filho por muitos.
A estes, separados desde a Eternidade, Deus envia o Espírito Santo, levando-os a ter fé em Cristo, e assim serem salvos. O porquê disto não é motivo de estudo de Calvino, que destina a Deus um verdadeiro status de Senhor, de misterioso e misericordioso Soberano, o qual a ninguém revelou o motivo desta atitude, pois por justiça poderia ter condenado a todos, mas por misericórdia salvou a muitos.
Calvino lutava, em seus ensinos, contras as doutrinas Católicas da salvação pelas obras afirmando a soberania de Deus, mostrando que ele como Deus não pode nem deve ser enganado. Ele não cansou de afirmar: “Você não pode manipular Deus ou torna-lo seu devedor. É Ele que o Salva; pois você não pode fazer isso por si mesmo.”
Porém ele não deixava de afirmar em seus enérgicos ensinos que os crentes deveriam demonstrar sua salvação através de suas atitudes. No quarto volume das Institutas, Calvino dedicou-se a organizar a vida prática da igreja através da organização eclesiástica voltada ao presbitério e à santidade.

1540 – IGREJA CATÓLICA APROVA ORDEM DOS JESUÍTAS.
Conjuntura:
- Igreja Católica caindo em descrença pela sua frouxidão moral prática;
- Crescimento do protestantismo;
Fundador:
- Inácio de Loyola, que havia sido um soldado espanhol e ficara um bom tempo s convalescendo, ao ler um livro sobre a vida dos santos inicia uma busca interior por Deus dentro de sua alma. E torna-se uma mistura de soldado e monge, auto abnegado e devoto.
- Escreveu o livro “Exercícios Espirituais”, que trata-se de um manual devocional com alguns passos para se encontrar a Deus.
- Uma espiritualidade profunda e uma obediência leal a Igreja Romana: Estes ensinos de Loyola foram a base da Companhia de Jesus, Ordem que veio a ser criada.
A Companhia:
- A finalidade da Companhia de Jesus é a Evangelização e a Educação.
- Logo haviam missões jesuíticas em vários países.
- O papa Paulo III percebeu o quanto uma ordem deste porte, com ênfase na mensagem de Cristo e na evangelização poderia ajudar a conter a onda protestante.
- Enquanto o conflito com os protestantes acirrava-se na Europa, os jesuítas partiam para o exterior, levando missões ao Japão, Brasil, Índia e Etiópia por exemplo.

1545 – CONCÍLIO DE TENTO: O INÍCIO DA CONTRA-REFORMA
Conjuntura:
- Igreja Romana perdendo espaço na Europa frente ao protestantismo.
- Sacerdotes mundanos.
Convocador:
- Papa Paulo III. Ele convocou uma equipe de cardeais para lhe fazer um relatório da situação da Igreja. As constatações foram catastróficas.
Decisões:
- Término das Indulgências.
- Solicitação ao Clero de evitar até mesmo as menores falhas.
- Reafirmou os 7 sacramentos como indispensáveis para a salvação. Em detrimento aos dois 2 sacramentos protestantes.
- Reafirmou a transubstanciação.
- Reafirmou a missa em Latim.
- Reafirmou que a única interpretação das Escrituras válida era a feita pela Igreja. Rejeitando inclusive a impressão da Bíblia nas línguas locais.
- Por fim, as reformas deste concílio ainda separaram mais as idéias católicas das protestantes.


1514 – 1572 – JOHN KNOX: REFORMADOR ESCOCÊS

Knox nasceu em East Lothian na Escócia. Era filho de um fazendeiro de classe média. Depois da escola em Haddington, Knox frequentou a Universidade St. Andrews, onde foi aluno de John Mair, um dos líderes dos estudiosos escoceses daqueles dias que era um forte defensor das idéias dos concílios para a administração da Igreja.
Após formar-se, ele foi ordenado padre na Igreja Católica (1536) e por causa de estudo das leis se tornou um escrivão papal (1540). Ao mesmo tempo, enquanto trabalhava como tutor dos filhos de alguns proprietários de terra, teve contato com várias famílias protestantes.
Não sabemos nem como e nem quando Knox se tornou um protestante, pois nunca revelou nada sobre sua conversão, mas, aos que parece que foi por volta de 1545. Naqueles dias, um homem chamado George Wishart, um escocês que tinha passado algum tempo na Suíça e Inglaterra, retornou a sua terra natal onde começou a pregar o evangelho. Em janeiro de 1545, depois de pregar em outros lugares, foi para East Lothian onde Knox trabalhou como seu guarda-costas. Apesar da aceitação de Wishart pelas famílias locais, ele foi preso pelo conde de Bothwell e levado para St. Andrews, onde, depois de ser julgado diante do Cardeal Beaton, foi queimado num poste como um herege em março de 1546.
Assim que começo a pregar a fé protestante na Escócia Knox foi aprisionado e passou 19 meses como escravo de franceses. Após isto, conseguindo escapar pastoreou durante 5 anos uma igreja na Inglaterra e depois ficou outros 5 anos na suíça, onde muito aprendeu e cresceu com a teologia de Calvino e outros.
Após isto, em 1559 ele retornou para a escócia, onde permaneceu até a morte pregando incansavelmente. A pregação de Knox logo via seu resultado, pois em 1560 o parlamento escocês adotou uma profissão de fé calvinista e deliberou que o papa não tinha jurisdição sobre a escócia, além de proibir as missas.
Knox e seus apoiadores escreveram o “Livro da Disciplina” que era um verdadeiro manual de organização e prática da igreja, em moldes presbiterianos, além de dar incentivo a criação de escolas e universidade públicas.

1572 – MASSACRE DO DIA DE SÃO BARTOLOMEU.
Conjuntura:
- A França estava divida entre protestantes e católicos, os protestantes eram chamados de huguenotes;
- Em 1555 já haviam na França cerca de 400mil huguenotes espalhados em mais de 2000 igrejas;
- A rainha Catarina de Médici era católica e via ampla oposição nos líderes huguenotes.
O massacre:
- Em 24 de agosto de 1572, as quatro da manhã a rainha deu ordem aos seus soldados e a assassinos contratados para que matassem os principais líderes huguenotes de Paris. Estes eram homens do comércio.
- Logo pela manhã, em meio a grande confusão gerada por esta decisão a população católica (maioria) pobre foi mobilizada contra os huguenotes e o massacre cresceu em proporções;
- Durante dias estas pessoas foram perseguidas e assassinadas em toda a França. Historiadores falam entre 20 e 100 mil mortos naqueles dias.

2 comentários:

Anônimo disse...

paia

Unknown disse...

Excelente descrição!!!

Leia o texto